A Estradas de Portugal (EP) chegou a um acordo com a Estradas da Planície, que prevê uma poupança para o Estado de 338 milhões de euros na subconcessão Baixo Alentejo, através de várias medidas, como o cancelamento da construção dos lanços da A26 entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja.."É uma machada naquilo que era a perspetiva de desenvolvimento" do Baixo Alentejo e "significa que as entidades governamentais e a EP não estão a olhar para esta região como deviam", disse à agência Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), José Maria Pós-de-Mina..O cancelamento da construção dos lanços é "nefasto", porque as empresas e os investimentos da região, sobretudo o aeroporto de Beja, o Alqueva e o Porto de Sines, "precisam de acessibilidades capazes", disse à Lusa o presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (NERBE/AEBAL), Filipe Pombeiro.."Não queremos colocar na ordem do dia o retomar da A26", entre Sines e Beja, porque "é um nado morto", frisou José Maria Pós-de-Mina, referindo que a CIMBAL, em alternativa à autoestrada, exige a requalificação do IP8 prevista no Plano Rodoviário Nacional..A requalificação do IP8, entre Sines e Beja, defendeu José Maria Pós-de-Mina, deverá ser feita aproveitando as infraestruturas feitas no âmbito dos trabalhos de construção dos lanços da A26 que foram cancelados.."Não podemos desperdiçar esse investimento, que se vai degradar. Temos que o aproveitar", defendeu José Maria Pós-de-Mina, referindo que, para a região, "é muito melhor" um IP8 requalificado e com quatro vias, "porque não exige tanto do ponto de vista técnico" e não terá portagens.."Não sendo indiferentes ao estado em que o país está, não estamos a exigir uma autoestrada a todo o custo", mas, "atendendo ao estado avançado das obras" dos lanços da A26 canceladas, "é inconcebível, voltando ao critério economicista, deixar as obras como estão e desaproveitar o investimento realizado", disse Filipe Pombeiro..Segundo Filipe Pombeiro, a NERBE/AEBAL também defende o aproveitamento das infraestruturas já construídas no âmbito da A26 para a requalificação do IP8 e "atendendo a uma relação de custo/benefício o mais baixa possível".. A CIMBAL e a NERBE/AEBAL, junto com a Turismo do Alentejo, representam 22 instituições do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral, que exigem a conclusão das obras de requalificação do IP2, entre São Manços e Castro Verde, incluídas na subconcessão Baixo Alentejo e que estão suspensas, e a requalificação do IP8..Para exigir a requalificação das vias, as instituições já promoveram várias iniciativas, como uma marcha lenta, e, segundo José Maria Pós-de-Mina, estão a preparar "novas ações de luta" para o início de 2013.